O prefeito de Erechim, Paulo Polis, criticou duramente a atuação da empresa Corsan Aegea após os recorrentes problemas de abastecimento de água registrados no município durante o final de semana. Em entrevista à Rádio Difusão, Polis afirmou que a empresa tem prestado um “desserviço” à população e anunciou que a Prefeitura irá ingressar com uma ação civil pública para exigir o ressarcimento das contas de água dos consumidores afetados.
Segundo o prefeito, a justificativa inicial da Corsan Aegea para a interrupção no fornecimento de água foi a suposta falta de energia elétrica nas estações de tratamento. No entanto, a administração municipal entrou em contato com a concessionária de energia RGE, que negou qualquer falha no fornecimento. “Foi problema interno da própria Corsan Aegea”, afirmou.
Polis também criticou a falta de preparo da nova equipe técnica da concessionária, mencionando que muitos funcionários experientes foram desligados e substituídos por profissionais sem conhecimento adequado do sistema de abastecimento, que, segundo ele, tem mais de 50 anos e exige manutenção constante. “Eles não sabem como funciona o sistema”, disse o prefeito.
O gestor municipal apontou ainda a ausência de investimentos por parte da empresa. Apesar de arrecadar cerca de R$ 6 milhões por mês em tarifas, a Corsan Aegea estaria deixando de cumprir obrigações básicas, como a aquisição de geradores para evitar paralisações em caso de falha de energia. “Eles dizem que vão investir R$ 15 milhões, mas isso é só troca de encanamento. Não é investimento, é obrigação”, criticou.
Durante a entrevista, Polis mencionou que o município já realizou audiência pública e encaminhou a documentação necessária ao Tribunal de Contas do Estado para viabilizar um novo processo de concessão do serviço de água. Ele afirmou que a expectativa é de novidades nos próximos meses, com a possibilidade de uma nova empresa assumir o abastecimento seguindo o plano municipal de saneamento.
Enquanto o serviço não é restabelecido por completo, a Prefeitura disponibilizou a Defesa Civil para atender moradores sem abastecimento, especialmente nos bairros mais afetados, como Dona Olga, Jabuticabau, Cerâmica e Agrícola. “Mesmo não sendo nossa obrigação, vamos ajudar. É só ligar para o 199”, garantiu.
Por fim, o prefeito reafirmou o compromisso da administração com a população. “A gente não se omite. Vamos continuar cobrando, acionando a Justiça e buscando alternativas para que esse descaso acabe”, concluiu.