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“Eu incitando golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa?”, ironiza Michelle Bolsonaro ao comentar delação

Publicado 12/11/2023 às 08:03

Mauro Cid disse à PF que Michelle incitava Bolsonaro a não aceitar a derrota para Lula e a dar um golpe de Estado
Foto: Reprodução de vídeo

Durante um evento do PL Mulher realizado no sábado (11), em Vitória (ES), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ironizou a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsnaro (PL).

“Recebi uma mensagem que meu enteado Duda [Eduardo Bolsonaro] e eu estávamos incitando o golpe. Eu incitando golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa?”, disse Michelle.

“Eu sei dar golpe e quero ensinar para vocês agora: jab, jab, direto, cruzado, up, esquiva, up”, continuou a ex-primeira-dama, encenando esses golpes de luta no palco do evento. Ela disse praticar o esporte todas as terças e quintas-feiras.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse à PF (Polícia Federal) que Michelle incitava o ex-presidente a não aceitar a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a dar um golpe de Estado.

Segundo a delação de Cid, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) formava, ao lado de Michelle e de aliados, um grupo que dizia que Bolsonaro teria o apoio da população e de pessoas armadas, como os Cacs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) para prosseguir com um golpe de Estado.

Em nota divulgada na sexta (10), a defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama afirmou que as acusações da delação de Cid não são amparadas em elementos de prova. A defesa disse que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo alegou que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”.

Ainda na delação, Cid afirmou que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria incentivado o pai a reconhecer o resultado das eleições de 2022 e a admitir a derrota para o petista.

Responsável pela investigação, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, declarou que Cid não apresentou provas do que disse à PF. “Não foram apresentadas provas. Nós estamos tentando buscar essas provas. A confirmação do que ele falou”, afirmou.

“Então, nós da Procuradoria-Geral da República pedimos uma série de exigências que podem vir a corroborar o que está na delação. Mas dizer que nós temos uma delação forte, que ela sustenta uma denúncia hoje, isso não existe. Amanhã, poderá existir”, concluiu o subprocurador-geral.

por O Sul

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