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Em busca de mais um sonho: aos 73 anos, calouro do curso de Direito

Publicado 13/06/2019 às 03:54
Jandir Chaparini, 73 anos, calouro do curso de Direito na Universidade Anhanguera de Erechim | Foto: Anhanguera/Imprensa

Jandir Chaparini, 73 anos, calouro do curso de Direito na Universidade Anhanguera de Erechim  |  Foto: Anhanguera/Imprensa

O brasileiro está vivendo mais. De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em novembro de 2018,  a expectativa de vida no País alcançou a maior média da história: 76 anos. É também flagrante que, além de viverem por mais tempo, as pessoas também querem fazê-lo com qualidade. E, para muitos, continuar sendo produtivo é uma das condições para isso.

Investir nos estudos pode ser uma boa opção para exercitar a mente e encarar a fase com energia e disposição. Aos 73 anos, Jandir Chiaparini sabe muito bem disso. Tanto que se tornou acadêmico do curso de Direito da Universidade Anhanguera de Erechim (RS).

Para o calouro, a idade avançada nunca foi problema para retomar os estudos. “A faculdade me incentivou a estudar e retornar à cadeira escolar. Estar aqui é uma realização pessoal. Me sinto útil ao próximo, valorizado e respeitado por todos colegas e professores. Os estudos abriram minha mente e pude conhecer um novo universo”, comemora.

Filho de agricultores, Chiaparini cresceu, ao lado de 11 irmãos, em uma casa humilde, onde não havia energia elétrica. As roupas eram lavadas no rio. A água potável era obtida direto das fontes. O trajeto de 5 km até a escola era realizado a pé ou a cavalo, mas, a educação que recebeu dos pais norteia a sua vida até hoje.

Já adulto, ele serviu o Exército Brasileiro, realizou trabalhos voluntários como dirigente de instituições filantrópicas, foi membro da Defesa Civil, do Observatório Social e coordenador da Cruz Vermelha.

Após a licenciatura em Ciências Agrárias, por meio de outros cursos, horas de estágio e audiências supervisionadas, Chiaparini conquistou o cargo de mediador e conciliador judicial. E passou a atuar nas oficinas de parentalidade no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania. Por isso, buscou a faculdade de Direito para se aperfeiçoar na área. “Sempre gostei de estudar. Queria ser advogado, jornalista ou agrônomo. E agora posso seguir o meu sonho, ser advogado”, conta o aluno.

E o currículo não para por aí. Chiaparini já foi professor municipal e estadual, funcionário público municipal, estadual e federal. Unindo trabalho, dedicação e estudos, foi contemplado com diversos prêmios. Ele destaca a classificação de quatro trabalhos junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), pelos quais recebeu certificado de prestação de serviço relevante ao Rio Grande do Sul. Também comandou palestras em seminários nacionais e internacionais e elaborou a implantação de projetos agrícolas no Brasil, El Salvador, América Central, Argentina e Paraguai.

Sobre os planos para o futuro, quando concluir o curso, o acadêmico quer passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, então, abrir um escritório com atendimento gratuito para pessoas com dificuldades financeiras, doentes e idosos. “Não há idade para realizar sonhos e conquistar objetivos”, finaliza Chiaparini.

 

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