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Delegada Raquel Kolberg destaca avanços e desafios no combate à violência contra grupos vulneráveis em Erechim

Publicado 26/03/2025 às 10:48

A delegada Raquel Kolberg, responsável pela Delegacia de Polícia de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPPGV) de Erechim, concedeu uma entrevista exclusiva onde abordou o trabalho desenvolvido pela instituição e os desafios enfrentados no combate à violência contra mulheres, crianças, idosos e outros grupos vulneráveis.

Desde 2017 atuando na região, inicialmente à frente da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), a delegada destacou que a transformação da unidade em DPPGV permitiu ampliar o atendimento a outras vítimas de violência.

“Hoje, cerca de 90% da nossa demanda ainda é voltada à violência contra a mulher, mas também atendemos casos envolvendo crianças, idosos e pessoas que sofrem discriminação devido a condições físicas ou orientação sexual”, explicou a delegada.

Feminicídios e prevenção

A delegada Raquel ressaltou que os casos de feminicídio seguem sendo um grande desafio para a segurança pública, pois muitas vezes ocorrem dentro das próprias residências das vítimas.

“É um tipo de criminalidade difícil de ser combatida, pois acontece entre quatro paredes, no silêncio da casa. Nosso trabalho é intensificar as ações preventivas e estimular a mulher a buscar ajuda antes que a situação se agrave”, enfatizou.

A delegada destacou a importância do trabalho em rede, envolvendo não apenas a polícia, mas também o Judiciário, Ministério Público, assistência social e saúde. Segundo ela, a resposta rápida do Estado pode evitar a escalada da violência.

“Se a vítima não receber apoio imediato, a agressão tende a piorar, passando de ameaças para agressões físicas graves e, eventualmente, o feminicídio”, alertou.

Casos de violência contra crianças e idosos

Outro ponto abordado foi a violência contra crianças e adolescentes, especialmente casos de abuso sexual. “Na maioria das vezes, os abusadores são pessoas próximas, como pais, padrastos e familiares. Isso torna essencial que professores, vizinhos e profissionais de saúde denunciem sinais de abuso”, disse Raquel.

No que se refere aos idosos, a delegada explicou que a maior parte das denúncias recebidas envolvem maus-tratos e negligência, muitas vezes ligadas a disputas familiares por bens.

“Recebemos muitas denúncias de abuso financeiro, onde familiares retiram recursos do idoso sem consentimento ou o deixam sem os cuidados necessários”, relatou.

Rede de apoio e orientação às vítimas

Raquel Kolberg destacou a importância de fortalecer a rede de apoio às vítimas e encorajá-las a buscar ajuda. “Sempre digo: Fale com alguém, compartilhe o que está acontecendo. Pode ser com uma amiga, uma assistente social, um profissional de saúde. Quanto mais cedo a vítima busca apoio, maior a chance de romper o ciclo de violência”, reforçou.

Ela também salientou que os hospitais têm obrigação de informar à polícia quando atendem uma mulher com sinais de agressão.

“Muitas vítimas chegam ao pronto atendimento e dizem que caíram da escada. Nosso papel é investigar e mostrar a essa mulher que ela não está sozinha e que existem caminhos para sair dessa situação”, pontuou.

Compromisso com a comunidade

A delegada reafirmou o compromisso da DPPGV de Erechim em trabalhar para garantir mais segurança e apoio aos grupos vulneráveis.

“Nosso trabalho é incessante. Contamos com uma equipe dedicada e buscamos otimizar ao máximo nossos recursos para dar uma resposta rápida e eficiente às vítimas”, concluiu.

A entrevista reforça a importância da denúncia para combater a violência. Qualquer pessoa que tenha conhecimento de situações de abuso pode entrar em contato com a delegacia ou acionar o Disque Denúncia 180.

 

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